Nesta altura do ano é politicamente correcto falar de animais abandonados e criticar que pratica o seu abanfono, contudo...
Li um post colocado noutro blog que retrata com muito realismo a situação de muitas das nossas ruas do concelho: o deambular de cães e gatos abandonados, ou que vivem mesmo em estado selvagem.
Além da porcaria que deixam por todo o lado, devastam quintais, passeiam por cima dos carros estacionados, vivem nas nossas ruas como na selva.
Em frente à minha casa existe um terreno. Mudou de proprietário. A casa velha que lá existia foi derrubada e os escombros todos removidos. O terreno foi limpo e rodeado com rede de malha sol. Autêntico viveiro de gatos. Incentivado, claro pelos vizinhos que "amorosamente" lá vão colocar os restos da comida.
Esta atitude até é compreensivel: temos à nossa porta animais abandonados, damos comer para não morrerem de fome.
Agora há quem o faça organizadamente, e falo de um casal que deslocando-se numa carrinha, lá deixa diariamente ração para a bicharada. Por mais de uma vez já estive para lhes perguntar porque não recolhem os gatos e os levam para casa. Só que, como só se devem relacionar com animais irracionais, ostensivamente ignoram-nos completamente.
Deve ser o local do concelho da Moita com mais gatos por metro quadrado. Gatos e outra bicharada.
Em casa gostamos de animais. Temos espaço para eles. A última cadela que tivemos, viveu connosco vários anos depois de ter sido recolhida em plena rua, abandonada. Actualmente temos diversos pássaros, um gato adultuo e uma gata com a respectiva ninhada que foram recolhidos na rua.
Um destes dias, ao deslocar-me para o trabalho, ouvi um insistente miar que se sobrepunha ao ruído do motor do carro. Parei, abro o capot. Lá estava um gato, que por sorte, ainda não cheirava a esturriscado.
Todos os dias de manhã, ao abrir a porta de casa aguardo ansiosamente pelo aparecimento de máquinas que iniciem a construção do prédio que está em licenciamento.
Venha o pó do cimento e o barulho.