Artigo de opinião:
A maioria CDU isolada, aprovou um empréstimo de mais de 1 milhão de contos (5,2 milhões de euros) para pagar dívidas a fornecedores!
As dívidas, que agora querem pagar com recurso ao crédito bancário, resultam de um descontrole da gestão corrente da Câmara, que ascendia a 9 milhões de euros em final de 2005, curiosamente ou não, coincidente com o período das últimas eleições autárquicas.
Caixa Geral de Aposentações, ADSE, Amarsul - tratamento de lixos, Xerox - Fotocópias, Transportes escolares e outros, EDP, CTT, Portugal Telecom, Vodafone, Cabovisão, BP - gasóleos e gasolinas, etc, são alguns dos fornecedores a quem agora a Câmara vai pagar, com dinheiro emprestado e sujeito a juros. O escândalo é tanto maior, quanto este empréstimo é contraído a 12 anos e com início da amortização só em 2011, o que significa começar a pagar só daqui a 3 anos.
É o típico caso de “chutar a bola para a frente”. Os custos disto?
Compromete-se o futuro para quem vier a seguir! Uns atiram os foguetes e fazem a festa e outros apanham as canas e pagam a despesa!
É isto novidade? Não é de todo. As diversas Oposições: PS, PSD, BE, denunciaram este modo de proceder em tempo. Não foram ouvidos. Está na moda dizer-se que é por “dificuldades de comunicação”. A população não acreditou. O facto, e temos que o reconhecer, é que a máquina desinformadora, sustentada em caciques / opinadores de esquina que o PC persiste em alimentar, continua a funcionar. Cabe decididamente às OPOSIÇÕES e à população em geral encontrar respostas para desmantelar este polvo. Afinal, tanto dinheiro gasta a Câmara em desdobráveis, revistas e folhetos de que o exemplo último é o “2 ANOS EM MOVIMENTO” atafulhando as caixas de correio dos munícipes, mas esquece-se (!) de dizer a verdade ao concelho da Moita.
Não nos podemos esquecer que cortaram no apoio às colectividades (ASSOCIATIVISMO), negaram-se na questão das actividades extracurriculares (EDUCAÇÃO), e os trabalhadores camarários não podem fazer horas extraordinárias mesmo quando necessárias para assegurar o funcionamento normal dos equipamentos (ADMINISTRAÇÃO).
Para além de tudo isto, o frenesim das pequenas obras ocorrido antes do acto eleitoral de 2005 desapareceu no minuto imediato ao arrecadar a maioria absoluta. Se isto não é manipulação e areia para os olhos chama-se o quê? Isto não é senão resultado de uma governação de maiorias sucessivas, em que não há alternância e o cansaço é evidente. Cai-se na displicência e mesmo no desrespeito pela população.
Na lógica das obras de fachada e do faz e desfaz, temos o exemplo caricato da “rotunda do Modelo", também inaugurada em final de 2005 e agora destruída. Mau planeamento. Os moradores de Alhos Vedros no futuro para se deslocarem a esta zona comercial têm que ir à Baixa da Banheira e voltar. Mas para quem anda de carro oficial de luxo, não paga combustível nem a manutenção dos amortecedores (lombas) é coisa sem importância.
Talvez o sr. Presidente João Lobo, na habitual viagem oficial de inverno a Cabo Verde, que agora decorre, tenha um rasgo de bom senso e pondere para onde nos está a afundar.
Vitor Cabral
Vereador PS